Após atingir o seu maior patamar no ano (1,26% em junho), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve uma queda de quase um ponto percentual, fechando o mês de julho em 0,33%. O IPCA é usado para a medir a inflação oficial no Brasil. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 8 de agosto.
Apesar de ter caído significativamente em relação ao mês anterior, a média projetada pelo mercado para julho (0,26%) foi superada em 0,07 pontos percentuais (p.p). No mesmo período do ano passado (0,24%), a projeção do IPCA foi ultrapassada em 0,09 p.p.
Com isso, a inflação acumulada no ano atingiu 2,94%, quase o dobro do percentual registrado no mesmo período de 2017 (1,43%). Com esses aumentos, o acumulado em 12 meses ficou em 4,48%, valor muito próximo ao centro da meta de inflação para o ano, de 4,5%. O piso da meta foi traçado em 3% pelo Banco Central, enquanto o teto é 6%.
Inflação em cada grupo
A alta da inflação em diversos grupos contribuiu para a elevação do IPCA. A mais significativa foi da energia elétrica (5,33%), que, apesar de ter aumentado menos que em junho (7,93%), foi responsável por 0,2 p.p. sobre o indicador geral. Entre as razões está a continuidade da Bandeira Tarifária Vermelha Patamar 2, que adiciona R$ 0,05/ kwh (quilowatts/hora) consumido na conta, além dos reajustes nas tarifas de capitais como Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Brasília.
Segundo o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, o IPCA de julho foi menos intenso que aquele observado no mês anterior devido à normalização do abastecimento no país. Ele observa que após a paralisação no segmento de transporte de cargas, os efeitos da greve estão se dissipando de forma acelerada. “Algumas evidências desse movimento podem ser observadas nos preços dos alimentos, que, em julho, apresentaram deflação de 0,12%, frente a inflação de 2,03% em junho, a maior registrada nos últimos 29 meses. Em outros grupos, notadamente na habitação e nos transportes, apesar de não observarmos uma queda nos preços, vemos um processo de desaceleração”, declara Almeida.
Outros grupos que tiveram deflação no último mês foram vestuário (-0,6%), educação (-0,08%) e saúde e cuidados pessoais (-0,07%).
FONTE: http://www.fecomerciomg.org.br